quarta-feira, 6 de maio de 2009

Do modo certo!

Não lembro mais o dia da semana. Lembro ter sentido uma dor enorme. Mas não era no peito. Era uma dor difusa, que nascia na ponta dos dedos e se espalhava pelos braços e pernas até atingir em cheio minha cabeça. Tentei usar a cabeça, ser racional. Tudo que consegui foi desligar o computador . Queria chorar na rua.

Lembro que fui a pé  
Paulista à fora. Um ou outro passante observava minhas lágrimas caindo e meu rosto muito vermelho. Não lembro mais do ano, acho que foi 2006. Mas lembro que era Dezembro. E em Dezembro as dores são mais sentidas. Cheguei em casa e tudo que fiz foi tirar a roupa e tomar um banho morno, quase quente. 


Pausa. Respiro. 

Quase metade de 2009. Resolvo que vou de novo dar um rumo aos meus dias. Chega de
descompromisso, de farras homéricas, de infelicidade no trabalho. Chega de saudade. Tenho poucos meses para deixar tudo em ordem: do saldo no banco ao coração rasgado. Passando  pela intolerância e aos irmãos e primos, pelas frases mal-costuradas dos últimos tempos. 

Estou ciente de que não sou uma pessoa infeliz. E contente em ter o que tenho diante de um mundo cada vez mais desbotado. Mistério, como diz o Gil, sempre há de pintar por aí... mas quero a sorte de dias mais
tranquilos e menos embaraços na hora de bater de frente com uma promessa concreta de felicidade. Não sou velho. Não sou jovem. Tenho o melhor dos dois mundos (como disse a alguns poucos que me são caros). 

Não vou sujar minha barra tentando limpar a sujeira dos outros. Tenho uma lista enorme de motivos pra ser feliz. Vou aproveitar minha energia para partilhar mais, para escrever e-
mails a amigos queridos, para conversar horas com minha mãe ao telefone, para voltar a cozinhar e morrer de prazer com isso.  Para namorar mais, ser namorado, coisa que está por acontecer.Para escrever, ler, ouvir, ver e sentir como sempre fiz: acreditando tanto na fantasia que ela acaba se transformando em realidade.